NASCEU CAMPEÃO

Tu és a glória dos teus fundadores

19 de out. de 2010

SOU, HOJE, DISCÍPULO DO JARBAS PASSARINHO: ÀS FAVAS COM OS ESCRÚPULOS

Quem conhece um pouco de história há de lembrar da reunião militar que antecedeu a edição do  AI-5. Naquela reunião, depois de muita discussão, o Jarbas Passarinho, então ministro, disse: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência".
Se você chegou até aqui e estranhou o início ameno depois da tragédia de anteontem, baseie-se na frase acima e prepare-se para o que vem abaixo.
Se tem sentimentos escrupulosos, sensibilidade aguçada, suscetibilidades, reza pela cartilha do politicamente correto, deve parar de ler, porque a baixaria e os palavrões serão fartos, variados, e ditos em profusão. Até hoje só incentivei e fiz críticas pontuais. Várias delas se mostraram equivocadas, mas outras estavam corretas. Fiz apontamentos nas séries "Patrocínios ou esmola" ou "Desplanejamento estratégico", com análises que hoje aparecem em todos os rádios e jornais. Todos profetas do acontecido.
Hoje, não; hoje não tem incentivo algum! Hoje vou bater com pau de dar em doido, vou xingar! É meu direito como sofredor.
Time filho da puta, esse do JEC! Treinador burro! Vão todos tomar no olho retratado pelo Tom Zé na capa do disco aí acima!
As escolhas erradas: A escolha, eu diria uma aposta às cegas, por dois atacantes sem ritmo para iniciar a partida decisiva foi um erro tremendo do "treinador" Leandro Machado.
O Marcelo Silva tinha que entrar pois é aquele de quem se diz ser "o cara" - a propósito, podem esquecer esse apelido daqui pra frente, e passar a chamá-lo de "o guri". Mesmo tendo jogado mal, era o jogador de grande salário, contratado para ser decisivo, e ainda que estivesse com uma só perna, iria jogar. Absolvo o Leandro Machado por essa escalação - mas só por essa.


Agora, juntar ao Marcelo Silva, que vinha de contusão, com o eterno reserva, bichado, cabeça de bagre, perdedor de gols profissional do Charles - quando o vi entrando em campo já me exasperei (me digam quantos gols esse camarada já fez no JEC) - é uma cagada indizível. Só daria certo por milagre. E milagres não acontecem, ao menos a favor do JEC.

Já defendera a dispensa dessa jogador fraco há muito tempo. Aí, no programa da AM1250, o Wilson França qualificou minha proposta como simplismo e burrice. Vejam só, o França, de quem gosto, achou que eu apresentava uma idéia burra e simplista, dizendo que o que importa é o ser humano, que tinha de ver o lado do ser humano Charles.
Ora, demitir alguém não ofende o lado humano de qualquer profissional. Se o que sempre se prega é o profissionalismo, as decisões tem de ser as melhores para o Clube - e por conseqüência - para a Torcida - o maior e único patrimônio que o JEC tem (ah, e o CT do Morro do Meio).
Reforço: e o meu lado humano, o de torcedor, tendo que torcer para esse mala, que faz um gol a cada milênio?
Quer ver o lado humano do Charles, França? Leva pra casa! Mas por favor nunca mais se ponha esse cara em campo com a camisa do Tricolor.
Ele é ruim? Eu acho que sim. Ele tem culpa por ser ruim e mesmo assim jogar? - óbvio que não, o culpado é quem contrata e quem escala. Vai pra pontaqueospariu, Charles.
As três chances que você teve ontem serão eternamente lembradas, por mim, com raiva. Se Charles voltar a jogar no JEC, vou vaiar 90 minutos.
Agora, tá cheio de nego pregando o fim do paternalismo, e que quem errou tem que pagar, que todo mundo deve ser dispensado, etc, etc, etc.


Voltando ao Leandro Machado: o Charles em campo; aí, durante o jogo, quando o barco começou a fazer água, o "treinador" coloca no jogo, para resolver uma situação já bastante ruim, os mesmos atacantes que tirou do time (Eder e Pantico), os mesmos jogadores que eram titulares até semana passada e foram sacados.
Quer que esses caras resolvam, quando o próprio técnico de demonstração irrefutável de não confiar neles? Ah, Leandro, isso é muita burrice.
Ademais, jogou retrancado (três volantes e o Marcelinho mais sozinho que um náufrago em ilha deserta na meia cancha) lá em Manaus para perder de pouco; perdeu de pouco - baita planejamento - risos - e essa derrota mínima nos fodeu aqui em Joinville.

Os demais jogadores foram razoáveis. Mas isso não bastou!
 Fabiano - acho que seu ciclo se esgotou, ano que vem é Paulo Sérgio titular, e pronto - tomou o mesmo gol que sofreu na final contra o Brusque, só do outro lado. Naquele jogo, o Ratinho entrou pela esquerda e chutou entre o goleiro e a trave. Ontem, o Luis Carlos fez a mesma jogada pela direita, e num chute mequetrefe pela direita, outra vez a bola entre o goleiro e a trave, empatou o jogo.
O Tesser foi mal - acontece; lá em Manaus comeu a bola e nossos atacantes não fizeram os gols. Eduardo foi melhor. No mais, os demais jogadores fizeram uma partida medíocre (no pai dos burros, uma partida comum, de qualidade média) e médio não adianta. Tem que ser bom. Tinham que ter comida a bola, a grama, e jantado o adversário.

CAGAÇO: o time até fez uns 30 minutos interessantes, achou o gol num pênalti em que o Marcelo Silva cabeceeou e o zagueiro amazonense, de costas para a bola, viu a pelota bater espalhafatosamente em seu braço, que realmente estava muito aberto, e o juizão então apitou. Ricardinho - um a zero.
Quando o América empatou, numa tabelinha um-dois que envolveu nossa zaga como se estes fossem juvenis, e com o Fabiano mais uma vez deixando o canto aberto, o caldo engrossou, e cada jogador passou a jogar com mais dois quilos de bosta que arriaram nos seus próprios calções.

Vai tomar no cu, time filho da puta!


É isso. Nem as idéias estão se ajuntando, ando um pouco confuso e até xinguei menos do que desejava. Mas antes de terminar um foto e uma idéia:
Eu estava guardando essa foto do Anelka e do Domenech pra uma hora apropriada, e a hora é agora. Todo mundo tem um limite, um ponto em que é necessário extravasar. A minha hora é agora. Então lá vai: vai todo mundo pra puta que o pariu. Diretoria, treinador, jogadores. Todo mundo.

Essa semana ainda vou publicar alguma coisa sobre a repercussão da derrota, o desmanche do time, etc. Depois entrarei em recesso - assim como o time -  para voltar em janeiro, ou esporadicamente, na formação do novo time, na data em que blog completará um ano lá em meados de novembro, ou se houver algo de relevante a comentar. Preciso dar um tempo pra digerir a raiva e a tristeza. Não posso terminar o post com o tradicional "avante, JEC", porque mais uma vez continuamos na mesma merda. E isso porque esse time que jogou ontem é um time de merda. SEMPRE NA MESMA, JEC!

7 comentários:

  1. Concordo em tudo que escreveste aqui.. .mas acho que faltaram alguns palavrões SIM !!!

    Desse time de merda, eu só aproveitaria: Cris (DM), Edinho, Luiz André, Carlinhos Santos, Marcelinho e Souza.

    O reto.. mandaria pra casa do caralho com um baita vai tomar no cú no meio do caminho!!!!

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  2. Caro Sandro, é isso aí, temos que fazer uma sessão de xingamentos coletivos, pra ver se conseguimos liberar toda essa raiva por esse time que só nos maltrata. Ab, ST

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  3. Grande Jequeano...

    Fiquei feliz por ler esse post. Claro que não pela derrota, mas por servir como um sinal de vida. Afinal, deu pra gente saber que passaste ileso por essa tragédia.
    Tu sabe que não torço pro Jec como tu e teus leitores, mas me considero um simpatizante. E vinha lendo o teu blog desde que nosso confrade Carlinhos me passou as coordenadas. E confesso que o teu texto e o clima bom entre os comentaristas começaram a me instigar a torcer mais do que o habitual por esse acesso do Jec. Sem contar a lembrança de que todas as vezes que fui a um jogo do Jec (poucas) fui contigo.
    Aí já não sei se o meu pé frio atrapalhou, o que não duvido, mas que também não confirmo. Em todo caso, teria sido totalmente inconsciente.
    Mas no fim, que merda hein...cara, eu, como simpatizante, tinha até esquecido do jogo, e a noite entrei na internet pra saber da vitória certa...e aí, foi impossível não pensar naquela frase: jogou como nunca e perdeu como sempre. Mas pelo que falaste, parece que jogou como sempre e perdeu como sempre mesmo...
    Bom, é isso aí...plagiando o Paulo Vanzolini, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

    Abraços

    André
    bolipedia.blogspot.com

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  4. Carrasco, André.
    Ileso, nunca. Derrotas como essa deixam marcas.
    O único problema com o profeta Vanzolini é com o começo do refrão - reconhece a queda...
    O fato é que não reconhecemos a queda, ou melhor, as quedas, que se sucedem desde 2004, repetidamente. Não aprendemos nada com elas, e o subdesenvolvimento, como muitas vezes já discutimos, é a incapacidade de acumular experiências.
    É verdade que o JEC foi uma das primeiras vítimas da criação do clube dos 13, perdendo sua vaga na primeira divisão na Copa União de 87 - jogamos o brasileirão 86. Mas lá se vão 23 anos, e não nos recuperamos do primeiro tropeço, do qual não fomos culpados. Quanto aos demais, diria o JEC: mea culpa, mea maxima culpa. Grande abraço, amigo de fé, irmão camarada.

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  5. Oi, adoro o jeito que você escreve. Torço para o jec deisde que nasci, meu pai e meus irmãos sempre incentivaram a torcer, mas agora a desiluão é grande. Se não for escrever mais aqui no blog, escreve para mim, adoraria te conhecer: jequeana_2010@hotmail.com

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  6. Estou com um sentimento estranho, um nó na garganta, toda vez que leio alguma noticia sobre o América, é imprecionante para quem perdemos. Avai, Novo Hamburgo, Noroeste, Atl. Ibirama, Brusque, entre outros não é nada de excepsional, mas para um time amador como este América, é inaceitável.
    Porra que merda, sai da arena puto, que time nojento, sem vontade, caindo facilmente da marcação dos caras.
    Não sei quando conseguirei eliminar este sentimento de mim, mas uma coisa é certa....este time precisa de profissionalismo, e é para ontem.

    PS: As vezes não concordo com seus textos,mas sou leitor assiduo. Não pare de postar cometarios...

    Como diria um cronista esportivo da cidade.........o bonde não para.

    Saudações Tricolores.

    Cristiano.

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  7. Cristiano e anônimo. Não devo parar de postar, só dar uma diminuída de ritmo, até porque o JEC também pôs o pé fundo na embreagem. Com um pouco menos de frustração, a vontade de escrever vai voltando. Hoje já sai mais alguma coisinha. AB, ST.

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