NASCEU CAMPEÃO

Tu és a glória dos teus fundadores

31 de jan. de 2015

DAQUI PRA FRENTE, TUDO VAI SER DIFERENTE. E MUITO MAIS DIFÍCIL.

Filosofei bonito. Na verdade, o Galeano.
Depois de quase 30 anos longe da Série A, temos muito a fazer para que as coisas aconteçam de forma mais ou menos tranquila no ano que vem (isso já é um eufemismo). E pensar nos adversários, como um todo. Não adianta pensarmos ser do tamanho do Cruzeiro, por exemplo.

Encerradas as Séries A e B, temos definidos todos nossos adversários a partir de dez de maio do ano que se aproxima. Há três ou quatro escalões no Brasileirão (com variações ao gosto do freguês), e não há dúvida, estamos num dos grupos mais lá de baixo. 

Tomemos por base este ano de 2014, embora as coisas mudem muito de um ano para outro no futebol brasileiro, mas que tem mudado de forma mais definitiva porque começam a se sedimentar os clubes, em certos segmentos - os muito grandes, os tradicionais com problemas que podem sanar os problemas ou se apequenar, e os pequeno-médios ou, para usar um jargão que se usa para países mais ou menos lascados, os "em desenvolvimento". 

Uma variável a ser sempre considerada é que como disse certa vez Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo: "acabou o dinheiro". Vemos sinais evidentes disso. A Unimed largou o Flu; Tardelli dizendo que o Galo lhe deve muito dinheiro; o Palmeiras recorrendo a mais de 120 milhões do dinheiro do bolso de seu presidente neste 2014; o Botafogo falido; o Vasco semi; o Coxa devendo salários - Alex reclamou em sua despedida, etc.  há muitos outros exemplos. 
Embora sejamos pequenos - no orçamento - não devemos nada (ok, uns dez milhões - no balanço de 2013, 8,6 milhões). O time do Extreito deve mais de 70 milhões, por exemplo; e o Avaí, em maio, devia 52 milhões, e tinha déficit mensal de 600 mil. Deve, portanto, ainda mais - hoje em dia, e só não ter dívidas consideráveis pode ser um ponto a nosso favor (tratarei disso detalhadamente no post da semana que vem).

Mas, mesmo assim, parece difícil escapar que, nesse momento, temos num patamar de primeira grandeza Cruzeiro, Galo, Corinthians, São Paulo e Inter (muita tradição, bom dinheiro, bom time, basta manter que terão um bom ano) num primeiro escalão, ainda mais porque terão a Libertadores para jogar. 

Num segundo escalão: Grêmio (anunciou redução de 30% nos gastos para 2015), Fluminense (querendo ir pra baixo), Flamengo (querendo ir pra cima), Santos (fudido), Palmeiras, Vasco (lascado, salvo por alguma euricada). São clubes de muita tradição, times meia-boca, e alguns - ou muitos - problemas financeiros, elenco não tão bem formado. Falta alguma coisa para brigarem seriamente pelo título, e provavelmente não o farão no ano que vem. 

Depois, colocaria Atlético-PR,  Coritiba (acho que estes estão melhores, com estádios próprios, novos ou renovados), Sport, Goiás, Joinville, Figueira, Avaí, Chapecoense, Ponte. Este terceiro grupo mistura times com poderio apenas regional, e que dificilmente estarão lá em cima, e por fim, alguns que são considerados visitantes na Série A, que ficam ali por um ou dois anos, caem, se recuperam, sobem de novo, nessa eterna gangorra que, diga-se, não é demérito algum.

Contra aqueles primeiros cinco, do primeiro grupo, praticamente não temos chances. Os venceremos, ocasionalmente, em casa, e igualmente, ao acaso, faremos alguns pontinhos em suas casas. Os do segundo escalão, quase a mesma coisa, dependendo da oscilação natural de suas condições - por exemplo, acredito que Vasco e Fluminense, ano que vem, se juntam ao terceiro grupo, pelas dificuldades financeiras.

No meu modo de ver, brigaremos de igual pra igual com os outros três catarinenses e Ponte. Goiás, Vasco, Fluminense, Coxa e Sport podem estar um pouco à frente, pela tradição, mas são clubes que também devem estar no bololô. Isto porque, apenas excepcionalmente estarão lá em cima, como o Vitória de 2013, que ficou em quinto lugar - e este ano foi rebaixado. 
Queremos egalité.

Concluo, portanto, que há uns dez clubes contra os quais o que importa é roubar alguns pontos. 
Contra os outros 9 ou 10 é que será o nosso campeonato: jogar à vera, tendo que matar em casa e roubar pontos fora, não perdê-los de vista na tabela, exatamente contra esses clubes que estarão em condições de igualdade conosco, pelas posições intermediárias da tabela. 

É nisso que devemos nos concentrar. E nos planejarmos para não estarmos em inferioridade de condições em relação a estes times no Brasileirão 2015. 

No próximo post, trato do orçamento para 2015. AVANTE, JEC.