Por vezes, já é muito querer que um raio caia duas vezes no mesmo lugar, e o nosso desejo agora é ainda mais inusitado: que ele caia quatro vezes no mesmo lugar, ou seja, que vençamos a Chapecoense mais duas vezes. Convenhamos, é bastante ambicioso e bastante difícil. Fizemos uma grande partida lá no Oeste e vencemos por dois a zero. Jogamos mal em Joinville, mas vencemos mesmo assim. Mas, conseguiremos duas novas vitórias? O meu palpite para essa dúvida não virá agora - ainda falta muito para o jogo.
Para ainda não falar só da Chapecoense - assunto de um próximo post -, assisti ao jogo entre BRA e CHA, na tarde de ontem, e este nos trouxe possibilidade de novas observações e/ou dúvidas, tanto em relação à classificação (o empate foi bom para nós?) quanto para observar mais um pouco um (a CHA) e conhecer o outro adversário - o Brasiliense. O jogo foi transmitido pela TV Brasiliense, pela internet, em ótima conexão.
A Chapecoense veio, de início, com o time que vinha jogando, sem Negueti, Nequinha e Diogo Oliveira, os novos contratados que entraram no decorrer da partida, como se verá abaixo.
O Brasiliense, que iniciara bem o certame, nas últimas rodadas (até então três jogos sem vitória, agora quatro) caiu de produção e teve as modificações do novo técnico Argel foda-se, talvez para tentar dar uma nova feição ao time, colocando em campo jogadores que andavam fora do time há um bom tempo, exemplo disso foram as entradas de Tuta (37 anos) e Fabiano Galhudo (o eterno sonho do Nereu).
Faço resumo dos lances - é meio chato, mas dá para ver por onde o jogo fluiu mais, onde são as jogadas mais fortes dos adversários, etc. "Narro" o jogo:
1º TEMPO:
Com 30" o BRA quase abriu o placar. Diego Lira entortou Amaral Rosa pela esquerda, e após cruzamento Ferrugem quase fez o primeiro gol.
A 1' jogada ensaiada da Chape, em falta, e bem ensaiada. Ovelha fazendo das suas. Em escanteio, nova tentativa de jogada ensaiada da bugrada.
Aos 6' quase gol do IPA, após cobrança de falta de Gadelha. Bola na rede pelo lado de fora.
Aos 7', chute da CHA, livre, da intermediária.
Aos 9', grande cobrança de falta pela CHA, goleiro fez difícil defesa botando pra escanteio. Na cobrança, acho que foi pênalti a favor da CHA (talvez tenha sido fora da área), não marcado pelo Arilson da Anunciação - que apitou mal Campinense x Guaraná de Sobral, prejudicando o time visitante.
Aos 12', mais uma vez em bola de Gadelha, o ataque do BRA levou vantagem em jogada de bola parada.
Aos 16', falta batida pelo Galhudo, direto, quase. Ótima defesa de Rodolfo.
Aos 17', escanteio para o BRA, vantagem de novo sobre a zaga da CHA.
Aos 22', Galhudo abriu o placar, em grande jogada do time candango. Em poucos segundos a bola saiu da lateral, Tuta deu passe de calcanhar, Cicinho - o lateral - enfiou bola no meio da zaga da CHA e Galhudo tocou por baixo de Rodolfo.
Aos 29', em mais uma jogada ensaiada da CHA - escanteio, quase gol, perdido por Amaral Rosa, dentro da pequena área.
Aos 32, CHA perde gol, novamente, em ótimo lançamento pelo meio da zaga do BRA.
Aos 33, contra-ataque do BRA, cartão para Aelson, apelando.
Aos 38', Neilson fez grande jogada pela direita, e Jean Carlos chutou por cima.
Aos 39' o BRA perdeu gol feito. Gadelha começou jogada deixando Tuta livre, que rolou para Diego Lira sozinho, em frente ao goleiro, entre a marca do pênalti e a linha da pequena área, chutou bisonhamente para fora. Acho que estava impedido.
Aos 40', jogada pela esquerda da CHA, e quase o empate, mas chute por cima da trave.
Aos 43', Jean Carlos tomou cartão - a primeira suspensão da indiada, e um dos dois melhores jogadores da CHA, junto com Neilson não nos incomodorá.
Aos 45', Amaral Rosa afasta bola perigosíssima, em jogada do BRA pela ponta esquerda.
O nome do jogo, na primeira etapa, foi Fabiano GALHUDO. Vamos ter que cuidar desse cabra. As melhores chances da CHA foram pelas laterais do campo - e eles têm jogadas ensaiados em faltas e escanteios. Abrir Capixaba e Jailton, ter Aldair como opção pode ser interessante contra o time de Brasília (isso se o matador já não voltar).
A Chapecoense desceu o porrete, mas o árbitro não deu cartão pra ninguém nos primeiros trinta minutos. No mínimo duas ou três jogadas dignas de cartão até então. Só foi amarelar a indiada no final da primeira etapa - beneficiando o time catarinense. O BRA mereceu pelo menos um amarelo, que também não foi dado.
Neilson sempre caindo pelos lados e incomodando o BRA em boas jogadas individuais (Capixaba terá chances de jogar pelas alas contra o BRA). Ferrugem (MEI), Cicinho (LD) e Diego Lira (ATA, pelos lados) também foram destaques do time candango.
No intervalo, Ovino sacou Sagaz (que realmente não fez grande coisa) e colocou o bom Nequinha, ex-boy do subterrâneo (jogou muito aqui no empate amistoso JEC x Metrô antes da Série C).
2º TEMPO:
Aos 2', quase ampliado o placar, Diego Lira deixou Cicinho na cara do gol, mas chutou mal, mascado.
Aos 4', Galhudo bateu falta a quase 40 metros de distância, muito bem, Rodolfo fez ótima defesa.
Aos 6' Deda dá uma cacetada e na falta, a CHA levanta a bola em jogada ensaiada, mas sem perigo.
Aos 8' grande jogada da CHA pela esquerda, em cruzamento de Aelson. Neilson quase empata.
Aos 12', mais uma boa jogada da CHA pela esquerda.
Aos 14', boa chance da CHA, com Diego Felipe, em chute da intermediária.
Aos 15' substituição na bugrada, entrando Diogo Oliveira no lugar de Marcus Alexandre; e no BRA, entrou Djavan e saiu o perigoso Diego Lira.
Aos 17, ótima jogada de Cicinho, pela direita. Logo depois, com participação de Cicinho, Gadelha (que brigou por uma bola quase perdida), a bola sobrou para Djavan, no rebote de Rodolfo após chute de Edinho. BRA 2 x 0 CHA.
Aos 24', após escanteio, a CHA teve duas chances claríssimas, uma salva por grande defesa de Weldon, e na outra o Grolli isolou, da linha da pequena área.
Aos 29', quse gol olímpico do Galhudo.
Aos 30', Neilson diminuiu, em bela jogada da CHA (do suspenso Jean Carlos), a bola sobrou pelo lado esquerdo da grande área, e fez CHA1 x 2 BRA.
Aos 32, chute de longa distância da CHA.
Aos 34, saiu Cicinho, o bom Lateral do BRA, entrando outro ala.
Aos 36, mais uma boa jogada da CHA, pela esquerda do ataque.
Aos 37 sai o filho-da-Tuta e entra Bebeto, no BRA.
Aos 38', em mais uma jogada pela esquerda, espetacular, de Diogo Oliveira, Nenê empatou para a indiada. BRA 2 x 2 CHA.
Aos 40', sai Neném e entra Negreti, e este já toma cartão no seu primeiro lance.
Mais uma ou outra chance sem contudência. Acabou empatado.
A CHA conseguiu um ótimo empate fora de casa, depois de estar perdendo o jogo por 2x0. O primeiro tempo foi candango. O segundo da indiada. Diogo Oliveira entrou muito bem, deve ser titular, até porque Jean Carlos estará suspenso contra o Tricolor, e acho que Nequinha também jogará, pois foi melhor que Sagaz, defensivamente inclusive. Os reforços da CHA foram contratações acertadas. A Chapecoense está forte (mas nós também estamos).
O time do Oeste se complicou defensivamente com jogadas pelo meio - o primeiro gol numa enfiada de bola de Cicinho, no meio da zaga; o segundo também pela meiúca, em jogada de Galhudo; além do gol perdido por Diego Lira, em contra-ataque que também iniciou centralizado.
Nem precisa subir na tabela, é só ficar onde está! |
Nota estranha sobre o jogo: dois mil torcedores, renda de 6 mil e poucos reais. O ingresso deve custar R$1,99.
Acho que é isto, e concluo sem concluir, ou seja, volto à pergunta esboçada lá em cima: o empate dos adversários foi bom ou foi ruim para o JEC?
Não há como saber antes da próxima rodada. Como a Chape conseguiu ponto fora, para que continuemos em vantagem na tábua de classificação temos de buscar ponto(s) fora, exatamente contra a indiada.
Estamos em boa fase, acho que a Chape se reforçou bem (malgrado tenham perdido Dema definitivamente e Jean Carlos para o próximo jogo ), mas estamos bem e confiantes. O ideal seria repetir a vitória da primeira fase, mas um empate já seria bastante bom. Tenho certeza que Little Artur assistiu ao jogo, e certamente analisou os pontos fortes e fracos da Chape. Estaremos preparados. No próximo post pretendo tratar do jogo do próximo domingo.
VAMOS, PORRA! AVANTE, JEC!