NASCEU CAMPEÃO

Tu és a glória dos teus fundadores

1 de fev. de 2011

LIMA, 65 - MATADOR OU PIPOQUEIRO?

O maniqueísmo é um característica do torcedor. Ou tudo ou nada; ou o jogador é craque ou é um bosta. Ou é Limatador ou é Lima pipoqueiro. E sempre se escolhe um bode expiatório nas derrotas. É difícil pedir uma análise equilibrada do torcedor, qualquer que seja o assunto.
Todo mundo sofre desse mal - não foram poucas as vezes que após um jogo ruim vim ao blog e meti o pau no time, no Lima, em todo mundo, e depois vi que exagerei. É assim mesmo.
Mas vamos tentar (e não venham me acusar de puxa-saco do Lima, de secador, ou de qualquer outra coisa); tentemos ver os fatos. O que escrevo abaixo são fatos e minha interpretação, obviamente aberta a contestações.

Lima, nosso centroavante, marcou no sábado seu 65º gol com a camisa do Joinville, passando a ser o 5º maior artilheiro Tricolor. Disputou apenas 74 partidas, tendo a incrível marca de 0,88 gols por jogo disputado.
Nardela, o mito, com 130 gols (em 680 jogos, média 0,19), é nosso maior artilheiro e deve ser por muito tempo, se não para todo o sempre, pois hoje não se encontra mais jogador com tamanha identificação com um clube, que fique tanto tempo num mesmo time. O nosso eterno camisa 8 é seguido por Zé Carlos Paulista (84 gols em 184 jogos - 0,45 de média), Marcos Paulo (80 tentos em 134 partidas, com média 0,59) e Paulinho - "o garoto de ouro" - seja lá o que isso significa - (76 gols em 238 pelejas, com average 0,31).

Paulinho Cascavel, lembrado pelo Wilson França ontem, às 17h30, como um dos melhores atacantes do JEC, fez 26 gols em 67 jogos, com média 0,38, logo com média dentro do normal, e bem abaixo do nosso "pipoqueiro".

Com mais 20 gols Lima se tornará o segundo maior artilheiro da história jequeana. Não seria pouca coisa, como já não é o que fez até agora.
Vamos, além disso, considerar que Nardela e Zé Carlos Paulista fizeram parte da época áurea do JEC, em que só ganhávamos. Marcos Paulo jogou numa época razoável, e Paulinho não teve vida fácil; jogou série B, mas também esteve com times sofríveis.
Lima também não tem culpa em ser jogador numa era em que o JEC vem lutando para recuperar o (muito) tempo perdido. E acho que ele tem boa importância nesse processo de retomada.

Vou ser direto. Pra mim, o Lima é dos melhores que estiveram por aqui, e um jogador com esse retrospecto não deveria ser tachado de pipoqueiro, de jogador de jogos pequenos, etc, etc.

Desses gols feitos por nossos outros artilheiros, quantos foram contra times pequenos? Ou estarei eu enganado, e o Nardela só fez gols em finais (como em 1987), o Zé Carlos Paulista só nos clássicos, o Marcos Paulo e o Paulinho, só na Série A do Brasileirão?
Lima faz mais gols na Arena - isso é fato. Ora, o JEC, sabidamente, ou joga mal ou joga recuado fora de casa. Querem que o cara  carregue a bola 50 metros, drible 4 defensores, e ainda faça o gol? Como dizia aquela antiga propaganda com um chimpanzé: "Vamos ser racionais".

Lima não faz gols contra os "grandes" do Catarinense - outra versão famosa do bordão "Lima é pipoqueiro". Acho que foi o SOUJEC (ver aqui) quem fez o levantamento e mostrou, por A + B, que a média de gols do nosso avante em jogos contra os "grandes", em Joinville. não difere muito dos jogos contra timecos, e não fica muito atrás (ou até à frente) das médias históricas de nossos outros artilheiros.
Em 2009, marcou 6 gols contra os grandes; Em 2010, fez 4 contra esses mesmos times, no Catarinão. Desses dez gols, nove em Joinville e só um fora.
Então, contando os dois últimos campeonatos, então, Lima fez 10 gols em 19 jogos contra os grandes, isso se ele esteve em todos (duvido, pois não nego que ele gosta de um cartãozinho fora de hora). Dá média de mais de 0,5 (que já não é ruim, só não é melhor do que média GERAL do Marcos Paulo).
Nos jogos fora de casa contra esses times, foram 4D, 3E e 3V (duas vezes nosso freguezaço - o Tigre, e uma vez o Figueira, naquele 4x2 que até o Aldair fez gol), o que prova que fora de casa, nossos aproveitamento contra Tigre, FIG e AVA costuma ser ruim, especialmente na Capital.
Como ele só fez um gol fora, nos jogos em casa contra esses times, ele tem média de um gol por jogo. Por isso, volto à minha conclusão - o problema não é o Lima, é o comportamento do Tricolor fora da Arena.
Termino com uma lógica utilitarista que reforça sua importância para o atual time do JEC: tira o Lima e põe quem? Marcelo Silva? Eder? Charles? Aldair? Digam-me um melhor que ele nesses últimos tempos.
Lima é um jogador que tem seus apagões mentais, se envolve em confusões gratuitas, dentro e fora de campo. Prejudica o JEC aqui ou ali. Mas, para mim é titular absoluto e já garantiu seu lugarzinho, ainda que pequeno - mas merecidamente, na história do JEC.
Daqui a uns 5 anos (pode apostar), alguém irá dizer. Puta merda, olha só esse atacante que contratamos... Se o Lima e seus 65 gols (ou mais) estivessem por aqui, seria diferente. Parabéns pela marca alcançada, Lima.
AVANTE, JEC!

10 comentários:

  1. Realmente, o Lima é um grande atacante. O pessoal fica chateado porque em jogos cruciais ele decepcionou. Contra o Brusque, na final da última copa SC, ele perdeu cada gol! De qualquer modo, o Lima é um excelente jogador. Caso o JEC consiga seus objetivos nesta temporada, esse é o tipo de jogador que deveria ser mantido para a próxima temporada.

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  2. O meu amigo Jequeano;

    A questão não é decepção, o fato é que Lima sempre apronta alguma e por isso não da para confiar no cara.
    O Ramon esta aí e já fez 04 gols com a camisa do tricolor, e se continuar nessa média fará facilmente mais que 20 gols na temporada, sem mencionar que o cara esta com seus dias contados.
    O que a galera não aceita do Lima é o cai, cai do cara, porra eu ouvi em jogos o pessoal chamando o cara de cachaceiro talvez seja apenas mais um consumidor ou apreciador da “mardita” assim como eu.
    Porra se cara abaixar a cabeça e jogar bola não tenho dúvida que será um dos principais jogadores do campeonato, e pode inclusive ser contratado por uma equipe da série “A”.
    Vendo Ramon e Paulo Baier jogando tenho a nítida impressão de que os caras são profissionais.
    Lima (espero morder a língua) já demonstrou em diversas oportunidades que não é profissional, lamentável pois como você mesmo disse potencial não lhe falta....
    Essa é minha concepção.
    Abraços RAFAEL

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  3. Emerson: Realmente o Lima perdeu gols. E ainda vai perder outros. Quem não os perde? Foi uma má partida (fez outras ruins) e provavelmente o xinguei até a terceira geração de sua família naquele dia. Mas é que acho que aquele saudosismo que dá a (falsa) impressão de que tudo do passado era melhor do que o presente não pode mascarar que a média de gols do Lima é impressionante - ainda que muitos de pênalti - maior do que a de nossos maiores ídolos.
    Veja que em nenhum momento preguei (blasfemei seria mais apropriado) que o Lima é melhor que o Zé Paulista, que Nardelovski. O meu ídolo, aliás, é o Paulo Egídio, que nem marcou tantos gols assim.
    Agora, tá cheio de viúva do Paulinho, do Adão, do Marlon, do Maurício, etc. etc. e de outros menos cotados que não engolem o Lima. Aí não dá.

    RAFA: "essa é a minha concepção". Tiveste um filho e eu não sei? (rs). Outra coisa, Rafa: se o Lima tivesse batido os pênaltis em Concórdia (e claro, se fizesse os gols), ele já estaria com 4 e o Ramon com 2, e olha que o Lima só jogou dois jogos e meio (não jogou na estréia e foi pra rua contra o Figueira, não enfrentando o Marcílio).
    Como eu disse no post, ele faz umas cagadas, vez ou outra nos prejudica, mas isso não apaga que o nosso 9 é bom de bola. Grande abraço. ST.

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  4. kkkk....Não tive não...Minha concepção.... Ta certo jequeano concordo que não tivemos ninguém nos últimos anos melhor que o Lima.
    Os números demonstram isso.
    Além do Jec sou torcedor do Vasco (sofredor ao quadrado) e não vi Dinamite jogar, então eu não posso falar se ele foi o maior ídolo do CRVG de todos os tempos, no entanto os números demonstram claramente que ele foi o cara
    Na minha geração o melhor de todos os tempos no Vasco foi o Edmundo, assim como no JEC até o momento é Marcos Paulo.
    Não podemos comparar com Nardela, mais também não tive a oportunidade de observá-lo em campo.
    Os números estão aí, e Lima certamente ultrapassa Zé Carlos Pulista, se parar com o cai, cai....rssss
    Abraços RAFAEL

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  5. Eu compartilho da idéia que o lima fora da arena nao faz gol porque o time se acovarda e ele nao sabe jogar fora da area, raras exceções contra o criciuma naquele lance de calcanhar que o zagueiro ta ate hoje tentando descobrir onde esta a bola, hehehehe, só que o nosso camisa 9 tem que aprender a jogar desta forma, aqui na arena a bola com certeza vai chegar pra ele pois o time vai pra cima do oponente, mas e fora, cabe ao jogador analisar e saber entrar no esquema tatico defensivo, tentando ficar numa situação onde mesmo defendendo possa atacar e surpreender nossos adversários, Sds Tricolores

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  6. Dácio, claro que o Lima deveria ser mais esperto e ter uma melhor noção de posicionamento fora de casa. De qualquer modo, naquela matéria do SOUJEC, está dito que dos 65, parece que 22 ou 24 foram fora de casa, ou seja, ele faz uns golzinhos, menos do que na ARena, óbvio. Não tenho dúvidas de que nosso modo de jogar fora, principalmente contra imbituba, tubarão, concórdia, prospera, ferroviário, hercílio luz,AMÈRICA_AM deveria ser diferente, mas costumamos ficar na retranca e tomar sufoco. Lembras - acho que em 2004, não tenho certeza - que o JEC passou o ano inteiro sem ganhar umazinha sequer fora de Joinville. Pois é, como diria o Luxa: o medo de perder tira a vontade de ganhar (grande filósofo- hehe).
    Rafa: concordo contigo nesse ponto: o Lima podia cair um pouco menos; em contrapartida, por essa fama, ele leva um monte de porrada e os árbitros não apitam falta.
    Ab, ST.

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  7. 2004 foi o ano da queda do Glorioso. O clube tinha fechado com a Cônsul, em breve se mudaria para um estádio novo e tinha tudo para ter um belo futuro. Quem sabe onde estaríamos hoje se não tivéssemos caído aquele ano?

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  8. Não há como negar os resultados do Lima. Sua média não encontra paralelo, pelo número de jogos e gols que fez. Algo como 13 gols a cada 15 jogos. Depois dele, o melhor resultado é de Marcos Paulo, que precisaria de uns 22 jogos para fazer os mesmos 13 gols.

    O que se questiona é o padrão profissional do jogador. Não tenho estatística, mas a impressão que se tem é que ele deixou o time na mão em diversas ocasiões. E se mostrou omisso em ocasiões (contra o Brusque na copinha é um exemplo) em que o time precisava justamente da qualidade de quem marca quase um gol por partida.

    Outro ponto é o que se ouve falar em relação ao seu comportamento extra-campo. Um ponto sempre polêmico, uma vez que quem tem que fazer a avaliação é quem está com ele no dia-a-dia do clube. Ao que parece estão satisfeitos, porque ele continua lá. Mas não há como esquecer pelo menos o episódio em que levou um atleta da base para a balada. Só o garoto foi punido. Não é esse o comportamento que se espera de um profissional.

    Vou citar dois exemplos. Primeiro, Piava. O melhor primeiro volante da história do JEC. E olha que já vimos Jorge Luiz Carneiro, Dorival Júnior e Pingo. Eram outros tempos e a cobrança sobre o profissionalismo não passava nem perto do que temos hoje. Infelizmente um jogador que tinha tudo para brilhar (quem o viu jogar concorda que poderia ter atuado em qualquer time do Brasil) acabou se perdendo em vícios e em uma vida desregrada, pondo ele mesmo fim à própria carreira. Não houve ninguém que conseguisse convencê-lo do quanto valeria a pena se ele tivesse sido um bom atleta.

    Segundo exemplo, Fernandinho, lateral esquerdo tricolor. Jogou no Caxias em 2003, ano em que completou 22 anos. Já se sabia do seu gosto por programas não muito recomendados para atletas. O técnico Galli e jogadores mais experientes do elenco (Oliveira, Aldrovani) o cercaram de cuidados, conselhos e alguma vigilância. O então menino (que àquela altura já tinha experiência internacional) comportou-se bem e arrebentou naquele campeonato. Não sei se houve escolha do craque naquele ano. Mas certamente ele foi o melhor (ganhou o prêmio em 2007, quando jogava pelo Criciúma).

    Não sei se o Lima, com 28 anos, ainda responderia a um "tratamento de choque" comportamental. Mas está mais do que na hora de botar a cabeça no lugar. A reclamação por não ter batido os pênaltis em Concórdia é uma mostra dessa necessidade. Mesmo que tenha sido um rompante, ao fim da partida ele já deveria ter refletido para saber que não tinha motivos para reclamar.

    Se o Giba (jundo com Moisés Cândido) conseguir reverter essa parte negativa do Lima, ele tem tudo para se tornar o maior artilheiro da história do tricolor. Se não alcançar o Nardela em número (está na metade...), certamente continuará sendo o jogador com melhor aproveitamento. Bola para isso ele joga. Só falta a cabeça ajudar.

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  9. Eu também tenho minhas restrições com o Lima, mas com quem xingava ele eu sempre dizia: "Olha, ele pode não fazer gol na decisão, fora de casa, sei lá, mas certamente não teriamos chegado às finais dos campeonatos sem os gols dele." Então, seguindo a ética utilitarista que vc comentou, é fato que ele ajuda mais do que atrapalha. Mas costumo concordar com quem xinga ele sobre o seguinte. Porra, que que foi ele naquele primeiro jogo da final do catarinense ano passado. Primeiro, só começou a buscar o jogo (já que a bola não chegava nele) na metade do segundo tempo, sei lá. E o mais importante, naquele jogo, caiu umas quatro vezes em campo pra pedir atendimento. Porra, o tempo se esvaindo e o cara ainda faz cera quando estavamos perdendo. Tinha tudo para aquele jogo terminar 2 x 2, mas terminou 1 x 3. Foda.

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  10. Lima... um jogador paradoxal:

    Ótimo posicionamento, bom domínio de bola, força física, boa visão de jogo, chuta com os dois pés, bom tempo de bola, cabeceia muito bem!!

    Seria um atacante completo, não fosse seu caráter duvidoso!!!

    Não é confiável, pois ao ser fortemente marcado e sem conseguir impor seu futebol, perde a noção entre o certo e o errado!

    Nem vou tratar aqui sobre seu gosto por noitadas e biritas (quem aqui não gosta??). Se o cara render muito no campo (e ele rende!) pra mim tá tudo certo. Cada um com seus problemas.

    O que não pode, é ele fazer um problema dele virar um problema do JEC!

    Se formos comparar ainda outros números... o próprio Nardela falou na rádio que teve 1 cartão vermelho em 21 anos de carreira. Enquanto que o Lima já conseguiu 4 expulsões em 1 ano!!

    Teve também o episódio da bobagem que falou ao vivo na rádio após o jogo em concórdia (que aliás, a imprensa ignorou sabiamente).

    Como se pode ver, o Lima tem que entender que é pago para jogar... não para pensar ou falar!!

    Se fosse um pouquinho mais inteligente... nem estaria mais no JEC, pois outros clubes maiores já o teriam tirado daqui.

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