Porra, já tá foda pra cacete, não se pode tomar uma cervejinha dentro da Arena, e agora não vai poder também nos arredores? Fumar, então, nem se fale.
Dois vereadores se abstiveram na votação. Mas, pergunto, se "abstemizaram"?
Reza (ui!) a CF ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida a proteção aos locais de culto e suas liturgias. Pois bem, o local de culto será na rua - em qualquer rua; e a liturgia bem, todos sabemos, será tomar uns goró. Todo mundo terá de andar com um "santinho" do Tavares no bolso, pra provar a fé.
Tem um texto no blog do Santinha - o Santa Cruz, que vive um calvário daqueles, há anos - em que há um trecho lapidar para embasar as razões de pelas quais não podemos concordar com a nova lei, ao menos no futebol:
"Aproveito para defender uma tese: com o futebol tá de lascar, acredito que cachaça nos estádios deveria ser obrigatório (...) O [batalhão de] Choque deveria ficar com o vafômetro na fila: só entraria quem tivesse cainda de bêbado. O sujeito que vomitasse para melhorar da cana era levado ao bar imediatamente para ingeria mais álcool.
Pena que as autoridades não tenham sensibilidade para entender que só embriagada dá para aguentar Coruripe, Tocantinópolis, Alecrim, Cianorte ou Mirassol. Seria um atrativo a mais para levar público aos estádios..."
Acho tenho uma solução para o problema: vamos criar a "Igreja dos Bebedores de Rua". Padroeiro será qualquer mendigo mamado que encontrarmos - e terá sempre de se "dar algum pro santo" - ou pro padroeiro.
Como a Constituição respalda a liberdade de crença, acho que temos a salvaguarda. Tem um jornalista da Folha de São Paulo que criou uma igreja (confira aqui).
No mínimo, quando um fiscal da nova lei vier importunar, teremos a defesa da liberdade religiosa - já vai dar pra se defender bem - ou, se formos mais azarados e o PM não aceitar o milagre, tomar umas bordoadas. Não fosse isso, ainda há a imunidade tributária - se tirassem os impostos da cerva ia ficar muito bom.
Pô, não se diz que há um evangelho apócrifo em que se prega que a igreja não é feita de pedras e ostentação? pra que lugar melhor do que própria rua para exercer a nova fé. Pra que coisa melhor que uma "igreja invisível"?
Como cantava Raul: "eu não sei se é o céu ou o inferno, qual dos dois você vai ter que encarar...". Mas, de qualquer forma, essa vontade dos legisladores controlarem qualquer aspecto da vida privada já é um inferno. AVANTE, JEC!
PS: Ah, e hoje tem JEC contra o ASA. Acho que vou ter de beber lá no Meurer, e na calçada, porque o prefeito ainda não sancionou a Lei - e espero que não o faça. #VETA,UDO.