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Por enquanto, só acredito nesta. |
Uma: vamos esperar. Como diria Senor Abravanel, "só acredito, vendo". Até não ver o chamegão do presidente da CEF e a publicação do contrato no Diário Oficial, é tudo expectativa de direito - o que sabemos é o mesmo que quase nada.
Duas: outro dia vi um documentário na ESPN, chamado "No Limits". É um soco no estômago. Muito foda. Um cara era o recordista mundial de mergulho em apneia, e começou a namorar uma moça que estudava oceanografia ou algo do tipo. De outro lado, outra guria (mas bah, tchê) bateu o recorde do então recordista, e ele então, ficando velho para os mergulhos, resolveu treinar sua namorada, já esposa, para recuperar o recorde.
Aquela que "roubou" o recorde, mergulhou com 20 assistentes para que não desse nenhuma merda.
Quando a mulher do "perdedor" vai mergulhar, faz a apneia com três ou quatro ajudantes - um enjambre total. Para voltar à superfície depois de imergir 170 metros sem quaisquer aparelhos, a moça deveria ter o auxílio de um balão de ar, que a faria subir em poucos segundos. Acontece que a pessoa responsável por preparar esse balão era exatamente o marido que perdeu o recorde, e quando sua esposa chega aos 170 metros de profundidade e aciona o balão de gás, este está vazio, e a mulher começa a subir a passos de tartaruga, prontinha pra morrer. Evidentemente, ela vai desfalecendo, e depois de cinco ou seis minutos sem respirar ela chega aos 90 metros. O marido, então, resolve inopinadamente vestir seus trajes de mergulho, ir até os 90 metros e buscar a mulher. Busca, a traz até a superfície, mas ela chega já espumando, botando o pulmão pela boca, já morta, depois de 9 minutos sob a água.
A conclusão de um dos membros do staff que acompanhou o mergulho é horrível: o marido deixou de encher o balão de propósito, exatamente para fazer um resgate de emergência, e ser visto como o heroi do resgate no dia em que sua mulher bateu (Senna bateu forte - lembrei disso agora, eu sei, não tem nada a ver) o recorde de sua adversária. Filmaço, história horrível.
Volto ao JEC: não consigo presumir a burrice de ninguém. Muito menos a do mais hábil - esse não é nenhum elogio, mas uma mera constatação - político que Joinville já conheceu - goste-se ou não dele, é um gênio da política. Quem derrotou o Amin na eleição mais perdida de todos os tempos tem o meu total respeito. Quem perdeu, desde 1974, uma só eleição, e para o ícone Wittich Freitag, idem. Não vai aqui nenhuma questão político-partidária, mas apenas a constatação da inteligência política do "bigode".
Então, assim, do nada, há umas duas semanas, LHS apareceu na mídia, desapontado com a negativa da CEF em patrocinar o JEC, e disse alguma coisa como "eu nem sabia que estavam pleiteando tal patrocínio", e "ninguém me pediu nada". Entrou no circuito, agendou discussões, fez uma reunião em Brasília, à primeira vista com respostas negativas.
Não há quem possa acreditar que um político habílissimo como Luiz Henrique não soubesse da via-crucis por um patrocínio para o Tricolor (até porque foi sabidamente o articulador do melhor patrocínio da história do JEC, com a Consul, em 2004). A não ser que acreditemos que ele nunca falou com o Nereu, com o prefeito Udo Döhler, com o Darci, com a mãe do guarda; que ele nunca lê A Notícia, que ele nunca vê RBS ou RIC Record, enfim, que ele viva numa clausura franciscana; ou então, que ele não tenha sido um dos responsáveis pela construção da Arena. Resumindo: é óbvio que ele sabia das necessidades do JEC.
Por tudo isso, parece-me que ele fez o papel do "mergulhador" dos 90 metros. Agora que o clube tá afogado, eu vou fazer o papel de salvador que está me esperando. Eu vou conseguir o patrocínio da CEF. E parece que conseguirá. Eis mais uma prova do gênio político - e da influência política - de LHS.
O vice-presidente de marketing (!) da CEF é o Geddel Vieira Lima, peemedebista tal qual Luiz Henrique, e aquele que teria garantido o patrocínio para o JEC, no ano vindouro. Maravilha, precisamos mesmo do dinheiro, mas é tudo conjuntura política. Tomara que a promessa se cumpra. E ano que vem, o grande fiador do novo patrocínio será, ele e sempre ele, LHS. Heroi inquestionável, com méritos.
Mas, me parece obrigatório voltar à primeira parte (palavrinha) desse post: "vamos aguardar". E cobrar. E, ao final, perguntar sem a possibilidade da resposta concreta: - por que não falaram primeiro com o "bigode", se afinal, é ele que manda? AVANTE, JEC!